sexta-feira, 1 de abril de 2011

Chopim, vira-bosta ou marido de professora?

Gnorimopsar chopi - Photo © renato rizzaro
No primeiro dia de março aconteceu uma conversa animada sobre o Chopim.
Fomos convidados para a entrega dos banners para os parceiros do site Capital das Nascentes, na sede do Lions de Alfredo Wagner. Após o jantar, oferecemos um Cartaz de Aves ao Lions e, conversa vai, conversa vem, levantou-se um papo sobre o Chopim, que seria uma ave diferente do Vira-bosta e que este faria ninho enquanto o outro seria o parasita. Êpa, eu disse, tem vez que o nome popular confunde. No caso são espécies diferentes com um hábito e um nome em comum.

 
O Chopim (Molothrus bonariensis) também conhecido como Gaudério, Maria-preta, Iraúna, Azulão, Anu, Parasita, Papa-arroz, Engana-tico, Grumará, pertence a família Icteridea, parente do Tecelão e do Pássaro-preto (Gnorimopsar chopi), muito parecido com o Chopim, porém maior, de cor preta aveludada enquanto o primeiro é preto-azulado. O Pássaro-preto (Graúna, Chupão, Arranca-milho), nidifica em ocos, mourões ou ninhos abandonados de João-de-barro e Pica-pau. Choca e cria seus filhotes, diferente do Chopim que bota nos ninhos alheios, parasita, principalmente o Tico-tico.

 
Agora, tanto o Chopim, quanto o Pássaro-preto gostam de remexer nos excrementos de gado, vindo daí o nome comum aos dois: Vira-bosta. Está feita a confusão!

 
Os chopins são polígamos  e estão entre os pássaros de vozes mais melodiosas do Brasil.
Exalam cheiro tipico, semelhante ao da barata. Isso atrai moscas parasitas desde cedo.
Por causarem danos em arrozais e milharais são mal vistos. Mas para isso tem solução: podem ser afugentados pela irradiação de seus gritos de alarme utilizando-se alto-falantes com sensores espalhados pela plantação. 

 
E o marido da professora, onde entra na conversa?
Teve uma época em que as professoras ganhavam bem e os maridos malandros e preguiçosos foram apelidados de chopim. Até os trabalhadores acabavam ganhando o tal apelido, por tabela. 

 
Tem hora que até o povo se confunde...


Fonte: Helmuth Sick

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